No princípio de nossa vida cristã estamos com todo o vigor, força e prontos para expor nossas capacidades próprias em qualquer trabalho na obra de Deus. Somos como crianças que imitam seus pais em suas profissões.
Este é um tempo primoroso, não para trabalhar, mas para conhecer nosso Pai e nosso Senhor Jesus Cristo. Como crianças ainda somos carnais (I Cor. 3.1), mesmo como meninos somos inconstantes (Ef. 4.14), e o Senhor não tem como nos considerar úteis em qualquer boa obra: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (II Tim. 3.16-17).
Conforme crescemos em sua graça e em seu conhecimento, aprendemos que tudo está em Cristo. Nele está a força, a sabedoria, o poder, a vitória e todas as coisas (Ap. 5.12). Cristo é tudo e em todos: "Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos" (Col. 3.11).
Como um boi novo que é colocado numa mesma canga com um boi velho (Mat. 11.28-30), vamos aprendendo dia a dia a render nossas forças em sujeição e a nos gloriar apenas nAquele em quem está todo o poder, força e sabedoria: "Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza" (II Cor. 11.30). "E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele" (I Cor. 1.28-29).
Na obra do Senhor somos vasos, apenas vasos. Podemos ser vasos de honra ou de desonra: "De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra" (II Tim. 2.21).
Antes de sermos purificados, somos vasos de desonra e não de honra em sua grande casa. Para sermos vasos de honra, útil para toda e qualquer boa obra, é necessário primeiro sermos purificados, limpos, santificados. É necessária uma operação da Sua Palavra e da cruz para mortificar tudo o que é nosso, de nossa carne, força e capacidade, tudo o que desonra ao Senhor.
Depois desse processo de purificação, aí sim nos tornamos vasos de honra. Continuamos vasos, vasos de barro; homens com toda a fraqueza, mas contendo e expondo um tesouro e um poder que não procede de nós, mas de Deus: "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós" (II Cor. 4.7).
Antes de sermos purificados, buscamos a honra e a glória para o vaso, mas depois de purificados, a honra passa a pertencer a quem está no vaso e não o vaso. Se queremos ser vasos de honra é necessário primeiro sermos purificados de nossas vaidades, do que é vil, vão, para que não aparece a fragilidade do vaso, e sim o tesouro eterno que está em nós: Cristo. Somos vasos, apenas vasos em Sua Casa. De honra ou de desonra. Se é Cristo é de honra, caso contrário é de desonra.